Friday, December 15, 2006

Entrevista a Hugo Cardoso


Hugo Cardoso, 30 anos, é um dos atletas da nossa equipa sênior que está a mais tempo no plantel. Apesar de não viver em Amor, é um dos atletas que a nossa massa associativa mais acarinha e isso sem dúvida se deve a enorme garra com que disputa cada lance. Fomos ter com ele e ouvir a opinião dele sobre alguns temas do quotidiano do clube.

P. - Conta-nos um pouco do teu percurso como atleta?
R. - Sou um jogador com alguma experiência embora seja muito irregular devido a motivos que nada tem a haver com o futebol. Já joguei em clubes com alguma ambição mas agora jogo essencialmente para me divertir e para me manter em forma.
P. - Estás a alguns anos no clube. Quais as principais mudanças que notaste?
R. - O clube apesar de tudo está rodeado de pessoas que com muito sacrifício e esforço tentam geri-lo da melhor maneira possível, todos nós sabemos o quanto é difícil a prática de desporto nestas condições, visto que as ajudas monetárias não são muitas e os gastos estes, são fixos. Esta é uma das principais mudanças, ou seja com menos condições por incrível que pareça, tem se feito mais.
P. - O que é que achas que pode ser melhorado no clube?
R. - A este nível é muito difícil dizer quais as melhoras que todos nós queríamos, pois como atrás referi os recursos que temos são muito poucos, pelo que com os que temos é difícil melhorar mais alguma coisa.
P. - Achas que a população apoia a equipa como ela merece?
R. - Excepto as pessoas que estão ligadas ao clube e que fazem parte da população, todas as outras não apoiam a equipa como gostaríamos.
P. - Há alguns anos atrás viveste no Pernelhas uma situação complicada com o clube a desistir a meio do campeonato. O que pensas enquanto jogador de uma situação como essa e o que leva a que isso aconteça?
R. - A má gestão e falta de experiência por parte da direcção fizeram com que esse clube tivesse de “fechar as portas”. Penso que o incentivo por parte desta para com a população frequentar os jogos (que é uma das formas de obter lucros sem ter despesas praticamente nenhumas) foi uma das razões principais para este triste desfecho da equipa.
P. - Concordas com aqueles que dizem que um dos problemas da nossa equipa ao longo dos últimos anos é a falta de disciplina, principalmente a nível táctico, com todos os jogadores a quererem ser goleadores?
R. - Concordo, pois as pessoas que têm assumido a equipa não têm mantido a devida posição e isso faz por vezes com que haja essa tal indisciplina, e que não hajam regras suficientemente definidas para um bom funcionamento da equipa.
P. - Para ti quais são as equipas com mais possibilidades de subir de divisão?
R. - Gaeiras e Pataias.
P. - Porque é que achas que a nossa equipa não está melhor classificada?
R. - O problema principal existente, na minha opinião, são os conflitos internos que se reflectem dentro do campo, pois não há ninguém que realmente lidere a equipa.
P. - Que difrenças existem entre a nossa equipa e essas equipas que consideras mais fortes? Achas que é só uma questão de dinheiro, ou também de disciplina e de organização?
R. - Acho que é uma questão de dinheiro mas também de organização.
P. - Quais é que achas que são as difrenças entre este e o ultimo ano?
R. - Este ano temos melhor equipa mas uma pior gestão, o que faz com que os resultados não sejam os esperados.
P. - Concordas com aqueles que dizem que este ano o campeonato está mais forte?
R. - Concordo. Pois temos 4 ou 5 equipas na mesma série com muito bom nível.
P. - Já ganhaste algum dinheiro no futebol. Achas que se continua a justificar a este nível o pagamento de prêmios aos jogadores?
R. - Claro que sim, é sempre um bom incentivo. Mesmo que seja pouco.
P. - Concordas com os que dizem que os jogadores cada vez mais são preguiçosos e que cada vez mais trabalham menos nos treinos?
R. - Não concordo. Tudo depende da pessoa que está a gerir o treino.
P. - Vês-te no papel de treinador um dia quando acabares a tua carreira?
R. - Talvez, se for numa situação em que seja para ajudar o clube.
P. - Achas que as arbitragens estão melhores ou piores que a alguns anos?
R. - Estão melhores.
P. - Apesar de termos equipas razoáveis nos últimos anos os resultados não são os que esperávamos.Achas que falta ambição a directores, jogadores e treinadores?
R. - Acho que não falta ambição pois todos nós trabalhamos para as vitórias, acho sim que falta organização como acima referi.
P. - Cada vez são mais as equipas a desistir tendo em conta os enormes encargos de uma equipa de futebol.Qual é que achas que é o futuro do futebol distrital?
R. - Para mim o futebol distrital tem tendência a acabar, pois com a falta de recursos de futuro vai ser normal a centralização de clubes, em que em vez de haver um clube por freguesia, talvez haja apenas um por duas freguesias.
P. - Queres acrescentar algo?
R. - Quero apenas acrescentar que sempre houve dificuldades no clube a todos os níveis, mas ainda assim continuavam a haver vitórias. O que eu tenho notado nesta época é que não havendo vitórias existem mais problemas.
Data entrevista: 23/03/2006

Entrevista a Artur Guerra


Artur Guerra, natural de Barreiros, de 54 anos e sócio nº 673, é um dos principais impulsionadores do nosso núcleo de ciclo turismo e BTT, “Os Melgas”. Fomos ter com ele, de forma a conhecermos um pouco mais das suas actividades.

P. - Como e com que objectivos nasceram “Os Melgas”?
R. - O nosso objectivo era efectuar passeios de ciclo turismo ao fim de semana e por isso juntava-se um grupo no Café Pinhal para combinarmos os nossos passeios e a partir de ai é que surgiu a ideia de criar um grupo chamado “Os Melgas”.
P. - Quantos elementos fundaram o núcleo?
R. - No início éramos seis.
P. - Porque o curioso nome de “Os Melgas”?
R. - Esse nome surgiu durante uma brincadeira durante um dos nossos encontros em que alguém chamou melga a outro e logo ai se decidiu que esse seria o nome para a equipa.
P. - Porque a opção de criar um núcleo paralelamente de ciclo turismo e BTT, e não optar apenas por uma destas variantes?
R. - Optou-se pelas duas modalidades porque o núcleo foi crescendo e alguns dos novos elementos gostavam mais de BTT do que de ciclo turismo, e por isso começamos todos a praticar as duas modalidades.
P. - “Os Melgas” têm uma direcção própria. Qual é sua composição e as funções?
R. - A direcção é constituída por um presidente, um secretário e um tesoureiro, mas acima de tudo contamos com a ajuda de todos nas tarefas e nas decisões que se tomam relativamente à equipa, onde o presidente tem maior encargo em relação aos assuntos que envolvem as organizações ligadas à equipa. Quanto aos restantes é fácil deduzir as suas tarefas.
P. - Quantos elementos formam actualmente o núcleo?
R. - De momento somos vinte e cinco, mas esperamos ir crescendo.
P. - Que tipos de apoios tem e em que é que são utilizados?
R. - Temos vários patrocinadores e funcionamos em conjuntos com o INATEL Leiria. O numerário é utilizado para adquirir equipamentos para a equipa, para ajudar à nossa divulgação, para transporte das nossas bicicletas (atrelado) e ainda para ajudar nas despesas dos passeios organizados por nós, como por exemplo para os prémios de participação e para o reforço alimentar dos atletas.
P. - Já organizaram duas provas de BTT e uma de ciclo turismo, que balanço fazem?
R. - Foi bastante positivo devido ao número de participantes, pelo apoio que tivemos na organização dos passeios, no qual contamos com a ajuda de muita gente, como por exemplo o grupo de motards do Cascus Bar e ainda mais importante por não ter havido nenhuma queda com resultados mais graves e de tudo ter corrido conforme o esperado.
P. - Quais são as provas que no geral têm mais aderência, as de BTT ou de ciclo turismo?
R. - Definitivamente são as de ciclo turismo.
P. - Como e quando surgiu a vossa ligação ao nosso clube?
R. - A ligação surgiu quando houve a necessidade de organizar passeios nos quais pudessem existir apoios de várias partes que sem essa ligação, que aconteceu em 2002, não seria possível.
P. - A Direcção do CRC 22 de Junho/Amor está bastante satisfeita com a ligação ao vosso núcleo! Como é que achas que estão a correr as coisas?
R. - Está tudo a correr do melhor. Não se sentimos incomodados com ninguém e pensamos que da parte dos membros do clube se sentem como nós. Temos tentado respeitar os outros e temos sido respeitados e esperemos que assim continue.
P. - Destaca-nos dois dos que consideras terem sido os melhores passeios em que participaram e porquê?
R. - Um deles foi a subida à Serra da Estrela por causa do esforço que o passeio exigia, e o outro foi o nosso, porque tudo correu da melhor maneira possível.
P. - E qual foi o pior e porquê?
R. - O pior foi o de Ansião devido à falta de organização dos responsáveis do passeio que a certo ponto já nem sabiam qual o percurso que tinha sido escolhido para o passeio.
P. - Qual foi a prova mais distante em que participaram?
R. - A prova mais distante foi realizada em Castelo Branco.
P. - -Para além da vossa equipa, quais consideras serem as equipas de maior relevo aqui na zona?
R. - Duas delas são os "Trilhos do Liz", de Carvide e o "Bis TT" da Gandara dos Olivais, embora haja outras....
P. - Que material é realmente indispensável para a prática de BTT e Ciclo turismo?
R. - O indispensável é uma bicicleta, uns sapatos, equipamento de desporto, se possível umas luvas e claro um capacete.
P. - É caro a prática destas modalidades?
R. - São ambas um pouco dispendiosas pelos menos quando se adquire bicicleta e algum do equipamento mas no BTT é exigida mais manutenção à bicicleta, logo mais despesa.
P. - Achas que qualquer um pode praticar estas modalidades, ou que elas estão apenas ao alcance de pessoas com boa forma física?
R. - É dos 10 aos 100. E não há melhores nem piores, cada um anda ao seu ritmo.
P. - O Ciclo turismo e o BTT são desportos de verão, ou no Inverno também se praticam?
R. - O ciclo turismo é o único que só é praticado no verão, o BTT pode-se praticar todo o ano.
P. - Para as pessoas que não tem por hábito a prática de desportos com bicicletas, o que lhes dirias para as convencer a experimentar?
R. - Quem quiser vir tentar vai adorar o convívio, vai-se distrair dos problemas do dia à dia e ainda vai ganhar energia para o dia à dia devido à preparação física que ganha pelo exercício feito.
P. - Quais são os vossos projectos para o futuro?
R. - Gostaríamos de ser um equipa ainda mais numerosa e que entrassem algumas senhoras para a equipa.
P. - Que opinião tens do site do CRC 22 de Junho/Amor e da sua importância para divulgar o clube e os seus núcleos?
R. - O site está bem concebido e fácil de utilizar, quanto à divulgação é sempre bem vinda e nunca é de mais.

Data entrevista: 02/04/2005

Thursday, December 07, 2006

Entrevista Gil Clemente




Gilberto Manuel Marques Clemente, de 29 anos, é o jogador mais antigo do actual plantel do C.R.C.22 de Junho/Amor. Tendo feito a sua formação no S.C.L.Marrazes, de onde saiu em juvenil para representar os juniores do C.R.C.22 de Junho/Amor. Aqui permaneceu durante 4 anos, dois como júnior e dois como sénior. Depois do nosso clube desistir durante um ano rumou ao Industrial Desportivo Vieirense, regressando na época seguinte ao nosso clube, na época de 1997/1998, até hoje. Actualmente, é também vogal da direcção do C.R.C.22 de Junho/Amor.

P. - Sendo o atleta com mais anos de clube, e também director, tens consciência que as tuas responsabilidades dentro do balneário são acrescidas?
R. - Não só tenho mais responsabilidades, como sinto o clube de uma maneira diferente, pois praticamente nasci no clube.
P. - Passada a primeira volta, e do que viste, quais consideras as melhores equipas e com mais condições para lutarem pela subida de divisão?
R. - Eu penso que as equipas com melhores condições para isso, são os Marrazes e as Meirinhas, não só pela qualidade dos atletas e pelo dinheiro que ganham, mas principalmente pela mentalidade ganhadora que têm.
P. - O que é que falta a nossa equipa para puder fazer frente a essas equipas?
R. - O que falta a nossa equipa é termos consciência do nosso valor e mentalizarmo-nos que somos tão bons ou melhores que eles e que podemos ganhar em qualquer campo.
P. - Qual é a tua opinião sobre o pagamento de ordenados a jogadores em clubes como o nosso?
R. - Na minha opinião, o pagamento a jogadores em clubes dos distritais é um mau vicio, que os clubes insistem em manter na perspectiva de serem mais fortes que os outros, mas muitas vezes enganam-se, pois as equipas são boas não só pelos valores e dinheiro que os jogadores ganham, mas sim pelo verdadeiro significado de equipa e espírito de grupo. O pagamento de ordenados, é um erro, pois os clubes não tem capacidades de gerar receitas e os clubes vão assim afundando-se com as suas ambições.
P. - Sendo tu de Amor, acompanhas o clube há muitos anos. A que se deve o afastamento da juventude do clube?
R. - Hoje em dia todos os jovens têm carta de condução, e podem assim deslocar-se para qualquer lado, o que leva a desligarem-se não só do clube, mas também do convívio com a própria juventude.
P. - Ao longo destes anos, já jogaste com muitos jogadores. Destaca-nos dois que penses ainda virem a ter um bom futuro no futebol e porque?
R. - É difícil estar a falar de alguns jogadores que eu já vi jogar, mas eu acho que devemos é realçar os nossos atletas, e como tal destaco o Hugo Neto, um atleta que pode evoluir muito, assim o queira, e se esforce fisicamente e psicologicamente para ser melhor. Outro é o Costinha, que é muito jovem e um muito bom guarda-redes. Mas ambos têm que trabalhar muito.
P. - Já levas muitos anos de clube. Primeiro como adepto, e depois como jogador e dirigente. Destaca-me os que consideras os três melhores jogadores que viste jogar em Amor?
R. - Eu vi muitos bons jogadores, mas destaco o Melga e o Vinagre. Um outro é o Daniel Almeida, que apesar de ter apenas algumas recordações, lembro-me de ele marcar golos de belo efeito.
P. - Do que tens visto no futebol distrital, para se arranjar um bom contrato, achas que o mais importante é realmente o valor do atleta ou os conhecimentos que ele tenha junto de treinadores/dirigentes?
R. - Hoje em dia, é preciso não só ser-se um bom atleta, mas ter sorte e muitos conhecimentos. É pena que assim seja, mas é a realidade.
P. - Em relação ao ano passado, entraram novos jogadores e saíram alguns. Achas que o plantel está mais forte que o ano passado?

R. - A nível de equipa, o treinador, o Senhor Leonel, fez um bom trabalho, pois temos um grupo bastante mais forte. É pena, o Emanuel não jogar, pois ele tinha uma grande capacidade de liderança e era também um bom jogador. Não falo tanto do Vitaly, pois este era um bom jogador, mas destabilizava muito.
P. - Ao longo destes últimos anos, uma das falhas nas nossas equipas, tem sido planteis curtos, com muitos dos atletas a estudar e outros a trabalhar por turnos, o que resultava em poucas presenças aos treinos. Este ano, felizmente isso não está a acontecer. Qual é a tua opinião acerca disso?
R. - Todos nós trabalhamos ou estudamos, faz parte das nossas vidas, pois não somos profissionais, por isso eu não acho uma falha ter um plantel curto, pelo contrário, é uma virtude, pois assim há mais amizade e espírito de grupo.
P. - Com os anos que levas de futebol distrital, partilhas da opinião de muitos que as arbitragens estão cada vez piores?
R. - A nível de arbitragens, acho que são muito más. Penso que a culpa não será dos superiores, mas sim de uma boa parte dos árbitros, que já tem uma certa idade e não tem progressão na carreira. Também há poucos jovens a ir para a arbitragem, o que obriga a aproveitar todos os que vão chegando. Apesar disso, há algumas equipas de miúdos, que tem um bom futuro na arbitragem.
P. - Cada vez há menos equipas a competir nos campeonatos distritais. As despesas são muitas e os clubes não as conseguem suportar. Qual é que achas que é o futuro do futebol no nosso distrito?
R. - O futuro do futebol distrital é negro, pois os clubes amadores pagam mais despesas, que os próprios clubes profissionais, quando deveria ser claramente ao contrário. Os pequenos clubes não tem tantas capacidades monetárias como os grandes, o que leva a serem cada vez menos equipas.
P. - Muitos clubes estão a optar pelo futsal, pois as despesas são menores. Achas que é esse o caminho?
R. - Na minha opinião, as associações tem que diminuir as despesas ao futebol 11, de forma a voltaram a impulsiona-lo, pois este é o desporto nº 1 em Portugal.
P. - Foste durante algum tempo, o capitão das nossas equipas de juniores. Não achas que o clube deveria apostar mais nas camadas jovens?
R. - Sim, é verdade, fui com muito orgulho capitão na equipa de juniores de Amor e era bom que tivéssemos capacidades técnicas e monetárias, que dessem para desenvolvermos as camadas jovens, pois esse era o futuro para o nosso clube. Mesmo a nível nacional, temos que apostar mais nos nossos jovens.
P. - É notório que comparado com há 10 anos atrás, hoje há muito menos pessoas a ver os jogos do nosso clube. Achas que é por a equipa actualmente não ser tão competitiva como a alguns anos atrás ou é a própria sociedade que oferece mais alternativas ás pessoas?
R. - É claro que se a equipa ganhar sempre, vão mais pessoas aos jogos, mas em geral, penso que são as muitas alternativas que existem, acessíveis a qualquer jovem que levam a esta divisão. É o sinal da mudança dos tempos.
P. - O que é que pensas que se deve fazer para voltar a chamar as pessoas?
R. - O clube na minha opinião está no caminho certo, pois é o pessoal que está á frente do clube e as actividades que desenvolvem, que chamam pessoal para o clube. São processos lentos e que levam o seu tempo, pois é difícil, aos clubes, competirem com as muitas ofertas acessíveis aos jovens.
P. - Também costumas participar nas danças de salão. Achas que actividades como essa, e como o ciclo turismo, as marchas, são importantes para o clube?
R. - Sim, penso que são importantes, pois trazem vida ao clube e isso é o que todos queremos.
P. - O clube festeja este ano o seu 30º Aniversário. É uma data importante, o que achas que deveria ser feito para comemorar?
R. - Acho que havia de haver um convívio entre todos os associados, com distribuição de lembranças aos sócios mais antigos e também umas brincadeiras para o pessoal se divertir.
P. - O que é que achas do site do clube?
R. - Penso que foi uma excelente ideia, e que está a ser desenvolvido pelo Boiça e pelo Jorge Grácio.
Data entrevista: 19/03/2005

Monday, December 04, 2006

Entrevista André Carvalho



André Carvalho , _19_ anos , era o jogador mais novo do nosso plantel na época passada . Depois de ter feito toda a sua formação no Sport Lisboa e Marinha , aceitou o convite do nosso clube , e transferiu-se para a nossa equipa no início da temporada passada . Fomos ouvir o balanço que faz a temporada passada e as expectativas para o próximo ano.
P. - Fizeste toda a tua formação no S.L.Marinha e jogaste muitas vezes nos nacionais . Quais são as maiores diferenças que encontraste , a nível de jogadores e tipo de futebol praticado , entre os dois campeonatos?

R: Para mim a grande diferença está sobretudo na própria escola, os jogadores de agora tem cada vez mais uma cultura e uma disciplina táctica muito rigorosa o que torna o futebol muito mais rigoroso e bonito, e que ao mínimo erro pode se deitar tudo a perder, nos distritais já não é assim, à muitos jogadores que não tiveram a sorte de jogar num clube como eu com aquela dimensão e por isso a cultura e a disciplina não são as mesmas e por isso o futebol praticado já não é tão bonito como queríamos, mas penso que a curto prazo e com os jogadores como eu que estão a actuar nesta divisão, vamos chamar novamente as pessoas para os campos de futebol.
P. - De todos os grandes jogadores que defrontaste , quais é que já se destacavam?
R. - Para mim penso que o Yanick Djálo, Edgar Marcelino (Sporting), Hugo Almeida, Machado ( Porto), Amuneke (Benfica) entre outros é claro, mas estes para mim, porque marquei alguns deles.
P. - O S.L.Marinha é sem dúvida uma das melhores escolas de formação do distrito . qual é que achas que é a receita para tanto sucesso?
R. - A receita para o sucesso deste clube é simplesmente a vontade de querer trabalhar, ganhar e puxarem todos para o mesmo lado, ninguém está ali para ser melhor que o outro estão ali para fazer o melhor pelo clube e quando assim é e a vontade é muita conseguem-se coisas bonitas, os directores, massagistas e alguns treinadores andam lá por amor ao clube e não recebem um tostão, talvez por haver muito dinheiro e pessoas que só pensam no dinheiro e não em formar jogadores noutros clubes é que estes não vão a lado nenhum.Pelo que passei neste clube aconselho-o vivamente a quem quiser começar a jogar a bola.
P. - O que te levou a aceitar o convite , no início da época passada , para ingressares no nosso clube?
R. - O convite foi me feito no inicio da minha ultima época de juniores pelo Beto na altura treinador da equipa, como eu já conhecia de vista muitos jogadores do plantel e inclusive falava com alguns, e porque também a minha namorada é da terra decidi começar uma nova aventura neste clube.
P. - Encontraste o que estavas á espera ? O que achaste das condições oferecidas aos técnicos e aos jogadores?
R. - Não sinceramente tudo isto ultrapassou as minhas expectativas, eu estive mais de dez anos com os mesmos colegas de equipa já se conhecíamos quase pelo um simples assobio e depois deixar tudo para conhecer outras pessoas, tive um certo receio como é normal, mas enganei-me o pessoal que encontrei foi formidável comigo.Em relação ás condições, como já foi referido eu vim de um clube muito mas mesmo muito pobre, pelo que tinha de levar toda a roupa para treinar e em que os balneários eram um pouco degradados (até a dois anos para cá, pois fizeram uma restauração), por isso em termos dessas condições foi uma mudança para muito melhor, alias penso que o C.R.C. é dos poucos clubes que ainda oferece estas condições, parabéns.
P. - E a nível humano , sentiste que a direcçao deu todo o apoio possível ao plantel?
R. - Penso que fizeram o que podiam o plantel já por ele próprio consegue transmitir esse tal apoio e união.
P. - A época não correu como todos esperávamos , na tua opinião , em que falhamos?
R. - Eu creio que tivemos azar em jogos importantes e no futebol já se sabe ou se marca ou sofre-se.A equipa falhou um pouco na finalização e as coisas começaram a correr mal depois jogou-se com alguma ansiedade o que também não ajudou e por ultimo a falta de apoio dos espectadores, ainda no ultimo ano eu ia ver alguns jogos e estavam lá muitas pessoas a ver o jogo e agora quantas aparecem?? A equipa tinha valor para chegar longe mas também temos de ser realistas havia equipas superiores.
P. - Uma das muitas criticas que nos eram feitas , era os níveis físicos. Achas que a equipa estava assim tão mal fisicamente?
R. - Penso que podíamos estar melhor nesse aspecto, mas quantas equipas hoje em dia é que são possantemente físicas, o futebol mudou, já não e preciso correr à doida como antigamente basta se sabermos posicionar no terreno e poupamos metade do esforço, o futebol é cada vez mais uma componente táctica.Por isso penso que a equipa estava preparada o suficiente a nível físico.
P. - Uma outra critica que nos era feita , era de que existia pouca cultura e disciplina táctica por parte dos jogadores .Concordas?
R. - Em parte concordo porque se calhar 50% ou mais do nosso plantel é constituído por jogadores que já integraram uma escola de futebol razoável ou nunca representaram, o caso dos Marrazes que por exemplo é uma escola de futebol razoável pois raramente passa dos distritais a nível de formação, o que torna os jogadores menos cultos do que jogadores como eu por exemplo que tive a oportunidade de jogar em grandes campos.
P. - Concordas com quem afirma , que a mudança de treinador , foi um dos momentos da época?
R. - E sempre um momento que marca a época ainda por cima da maneira que foi mas penso que não foi com a mudança de treinador que nos fomos abaixo o grupo respondeu bem à saída do treinador, penso que ai só pecamos pela falta de entrega nos restantes treinos que se seguiram, o excesso de confiança com o novo técnico e a falta de apoio da direcção para com ele na devida altura disseram o resto.
P. - Quais foram as maiores diferenças entre os dois treinadores?
R. - As maiores diferenças penso que foram nos métodos de trabalho e a maneira de ler e abordar cada jogo.
P. - E a nível pessoal , como resumirias a tua época?
R. - Má. A lesão que tive no inicio da época e a falta de forma deitou por agua abaixo as minhas expectativas para este ano.
P. - Para ti , qual foi de facto a melhor equipa do campeonato?

R. - As Meirinhas pelo seu colectivo.
P. - E jogador , destacavas algum?
R. - Destaco um grande jogador e como só posso falar dos que trabalham comigo porque dos outros pouco sei, destaco o Hugo Neto.
P. - Vindo de um campeonato completamente diferente , o que achaste das arbitragens?
R. - Em todo o lado à más arbitragem porque errar é humano mas penso que para bem do futebol distrital deviam retirar três ou quatro árbitros das nomeações porque já não estão capacitados e à muitos jovens a querer começar a apitar.
P. - O que achas , que a nível de condições , pode ser melhorado?
R. - Pelo esforço que tenho visto por parte da direcção e de alguns sócios nesta remodelação do salão de festas não posso pedir nada tudo o que fizeram e venham a fazer em prol desta grande instituição é sempre bem feito e só posso dizer para contarem com a minha ajuda.
P. - Concordas com aqueles que dizem , que as viagens de fim-de-época , servem para aumentar a união e o espírito de grupo da equipa? O que achaste da viagem?
R. - Completamente de acordo nunca vi uma equipa tão unida como vi a minha (e tenho orgulho de dizer que faço parte deste grupo) e certamente ninguém vai duvidar que depois destas viagens o espírito de grupo aumente porque onde estava um estavam todos, inclusive directores e treinadores.A viagem foi espectacular e espero repetir outra viagem destas para o ano.
P. - O Silvio foi considerado o melhor jogador da época . Eras um dos nomeados . Concordas com esta eleição?
R. - Claro que concordo o Sílvio ganhou com toda a justiça ele é dos jogadores que mais se empenha em prol da equipa e não só, porque quando é preciso lá esta o Sílvio a ajudar o clube no que for preciso, por tudo isto e mais ele merece.
P. - Quais são as tuas expectativas para a próxima época?
R. - A nível pessoal melhor e muito melhor do que a anterior e a nível colectivo que pelo menos consigamos chamar mais pessoas ao nosso campo e conseguir-mos todos juntos responder a essas pessoas com vitórias, se conseguirmos isto fico satisfeito mas não totalmente contente pois tenho como maior ambição a subida de divisão pelo C.R.C.
P. - Qual a tua opinião sobre a importância do site do clube?
R. - E sem duvida uma mais valia para este clube, é dos mais visitados da região se não o mais, e logo ai da a conhecer a toda a gente a força que tem o C.R.C. dou os parabéns a quem torna tudo isto possível.
P. - Carta branca , queres acrescentar algo?
R. - Queria agradecer pelo convite para a entrevista, e pelo bem que me têm feito neste clube, eu não posso deixar de dizer que no meu coração como jogador existe um clube que me toca muito por tudo o que passei com ele, mas este que me acolheu está agora a conquistar aos poucos o seu espaço, penso que só quem está por dentro deste grande clube é que sabe a verdadeira força deste C.R.C., e com isto me despeço com um até breve pois o campeonato está à porta e este ano é que vai ser de alegrias para todos……

NINGUEM PÁRA O AMOR….
NINGUEM PÁRA O AMOR…..
Um abraço para todos.

Data entrevista: 14/07/2005